WhatsApp passará a exibir anúncios

Antes do WhatsApp chegar em todos os lares tupiniquins, lá nos primórdios do aplicativo, existia uma pequena taxa de um dólar que era cobrada após um ano de uso do aplicativo. Até hoje não entraram em um consenso se era realmente cobrado a taxa ou se seria mais um aplicativo adotando o ilustre modo de negócio do sublime WinRAR. Modéstia à parte, era essa a forma que o serviço lucrava. 



Em 2012, um dos fundadores do WhatsApp publicou no blog oficial do serviço um artigo explicando o porquê deles não usarem publicidade dentro do aplicativo. Nas próprias palavras do fundador: "Lembre-se, quando há anúncios, você, o usuário, é o produto". Na época, os concorrentes tinham publicidade e para os fundadores do WhatsApp isso era um modo de negócio falho, pois as pessoas não queriam entrar nos aplicativos para ver publicidade. "Ninguém acorda com vontade de ver publicidade", diz um dos fundadores do aplicativo.

O crescimento do WhatsApp fez crescer os olhos do Facebook, que comprou o aplicativo por bilhões de dólares em 2014, sendo uma das principais aquisições da empresa. No contrato, os então fundadores deixaram algumas coisas que deveriam ser mantidas e dentre elas estaria a política do aplicativo relacionada à privacidade dos usuários do serviço. O Facebook então concordou em manter o que foi posto na mesa, porém o que vem acontecendo desde o ano passado evindencia que estão convicto em abandonar os antigos princípios dos fundadores. 
No ano passado, Brian, um dos desenvolvedores do WhatsApp, abandonou o desenvolvimento do aplicativo e desde então vemos acontecer movimentos contundentes por parte do Facebook.

A novidade da vez é que o aplicativo passará a exibir publicidade na área de Status. Ainda não ficou tão claro como isso irá acontecer, mas acreditam que as publicidades serão exibidas como se fossem uma publicação de Status comum, muito semelhante ao que acontece no Facebook. 

Bom, e qual é o problema nisso tudo? São só anúncios, não?

Sim, são só anúncios! Mas o buraco é bem mais fundo que parece. Já existe há tempo um certo receio por parte dos usuários sobre a possibilidade do Facebook está coletando dados além do esperado. Não é novidade nenhuma serviços do tipo terem coleta de dados contundentes. 

E ao contrário do que muitos pensam, monetização mediante publicidade não é a única forma que serviços do tipo têm para lucrar. Vide o caso do Telegram. Eu acredito que se o serviço for bom o suficiente, muitos não verão problema em tirarem do próprio bolso para contribuir. Não, não estou falando que o WhatsApp deveria ser pago, o que digo é que ao invés deles implementarem publicidade no serviço seria muito melhor incentivarem os usuários do serviço a fazerem doações para o projeto, semelhante ao que acontece com o Telegram. Mas sejamos realistas, vender dados dá mais grana...